Um ano de descoberta
pessoal me silenciou, e não entendo por que perdi a minha mania de comunicar.
Ainda penso que talvez seja pelo fato de eu ter "desistido" da
comunicação como curso da faculdade, mas mesmo assim não quero que isso faça de
mim alguém silenciosa, e que fique ainda mais perdida do que já sou.
Acho que com o
ensino médio no total, e o ano de cursinho solitário que fiz, me vi entre
grades da escrita. Dissertação. O nome que mais me assustava na vida, e isso
fez com que o fato de eu amar escrever virasse algo chato, ou simplesmente
automático; o que na verdade não chega a ser nem de longe esse o significado
dela na minha vida. Acho que nunca escrevi sobre isso, e talvez possa soar um
pouco Machadiano de mais para um blog 'lifestyle', mas é bem necessário contar
minha história.
Tudo começou um
pouco antes da minha irmã nascer, antes eu já tinha tido muitos diários e
brincava de escritora, mas nunca me veio em mente que isso realmente podia ser
algo legal e satisfatório para mim como pessoa. E logo que eu tive que mudar de
quarto para que ela ocupasse o meu, me senti perdida, talvez deslocada. Acho
que uma mudança na rotina nos proporciona isso, por mais que eu sempre tivesse
o desejo de ter um irmão, temos algumas consequências a serem enfrentadas.
E uma noite em que
tudo estava sem sentido e que eu só tinha a vontade de sumir Dentro de quatro paredes eu era
exatamente quem eu queria ser e sabia quem eu queria me tornar. E tudo isso me
levou a acreditar que essas coisas são muito possíveis, basta a gente querer.
, eu só consegui descarregar toda essa energia
em uma folha em branco, e não digo apenas textos ou diário, eu fazia planos,
desenhava meu futuro, meus destinos de viagens (e sei que ainda farei cada uma
delas), desabafava sobre meu coração partido e carta para desconhecidos. Eu
sonhava.
A escrita me trouxe
para perto de mim, me fez enxergar a garota que havia em mim, e ela tem esse
efeito até os dias atuais. Lembro que meu primeiro texto publicado, foi escrito
aos pés do berço da minha irmã, enquanto ela dormia, e eu fazia o mínimo de barulho
possível para digitar com medo dela acordar assustada. E foi ali, que esse
ciclo de compartilhamento se iniciou, tive um prazer muito grande em fazer
isso, me vi feliz e envergonhada ao mesmo tempo, e essa sensação eu tenho até
hoje quando clico em 'Publicar', e sinto que é o que eu amo fazer, e quero
aprimorar cada dia mais esse amor pelas palavras, e fazer o que eu mais sonho:
ajudar as pessoas com as minhas palavras.
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